quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Ode ao Clube Atlético Mineiro


Eis aqui um relato angustiado e exaurido.

O destino do Clube Atlético Mineiro, torço, é chafurdar em lavagem, comer carne em vida, roer os dedos da unha em sangue, tropeçar em pernas quebradas, rasgar o teto da cabeça com aço em fúria, engolir, regozijar e voltar a engolir suas vísceras, lamber o cancro podre que escorre, por onde vaza um líquido asqueroso, sorrir de medo com os olhos vidrados em seu verdugo, decepar o tronco ao meio, arrancar seu pulmão, seu estômago, esôfago, cortar em finas tiras sua língua, secar o cálcio de seus ossos, giletar sua espinha, esmurrar sua fronte até causar pejo, mediocrizar suas palavras, moer seu orgulho, pulverizar sua autoestima até que rasteje como lesma, causar cobiça e repugnância em quem o vê, tostar suas pestanas, inflar sua covardia, sua estigma de insignificância, seu rubor de vergonha, latejar seus olhos em fogo, quem sabe assim, esganiçado por sua mediocridade, torna-se um nada inofensivo, um ser ignóbil por sua existência e, abraçado pelo olvido, retira fardo tão tonelada sobre aquele que ainda se presta a tal amor.

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