


Em 7 de outubro de 2009 Irving Penn morreu em sua casa, na cidade de Nova Iorque, aos 92 anos.





Em certo tempo, ruído por produções catastróficas, seres humanos criavam suas próprias veracidades. Alguns, rechaçados por tanto, não questionavam sua exatidão, apenas cultivavam ainda mais o jardim falso. Assim, o lucro e a eloqüência discursiva se encarregavam de omitir a verdade em favor de um consumismo letal, mas que era maquiado pela Indústria: detentora da hipocrisia e da controvérsia. Anos se passaram depois também de muitas guerras, extermínios coletivos e diversas outras banalidades da Humanidade. Contudo, a Indústria mantinha sua pose, seu varão social. Elucubrava constantemente sobre como produzir efeito de consumo, respeito e outras várias inquestionáveis informações. Conseguia, ante o efeito, quase sempre tal fato. Os indivíduos, carolas irredutíveis da mídia e da crença na mãe-consumo, nunca forjaram uma revolução. Criam naquilo.
Aos estalos da castanha, os pulmões avisavam. A mão higienizada de mentira - mas imunda de interesse e arrogância - da Ciência havia também lavado suas patas. Mas, no presente em que os abutres do embuste e da falsidade sobrepujam com foice qualquer possibilidade de prejuízo financeiro perante a verdade, fomos e somos enganados.
Os dias de fúria, desafortunadamente, começam a ser, tardiamente, os de hoje.
