Quando, de início, corrigido pela minha própria mulher acerca de um erro gramatical no meu texto de estreia nesse blog, vi minha honra de macho dominante e minha reputação de jornalista serem colocados à prova. Natimorto era a palavra em questão. O contexto: quando me referia ao portal ‘O Binóculo’, no ar durante seis anos e, desde o fim do ano passado, presente apenas em uma página de conteúdo congelado, desatualizado, retrato de uma paisagem morta.
O argumento dela: “natimorto diz respeito àquele que já nasceu morto, o que, no caso, em nada tem a ver com o 'O Binóculo', que só se desgarrou do primeiro plano após longo tempo de vida”.
Deveras. Natimorto é uma denominação dada ao nascituro (sinônimo de feto) que morreu dentro do útero ou durante o parto, ou seja, quando ocorre óbito fetal. Óbito fetal é a morte de um produto da concepção ocorrida antes da expulsão ou de sua extração completa do corpo materno, independentemente da duração da gestação.
Todavia, lembro que, segundo o Conselho Federal de Medicina, órgão máximo da medicina brasileira, o anencéfalo é considerado natimorto cerebral. A anencefalia consiste em malformação rara do tubo neural, caracterizada pela ausência parcial do encéfalo e da calota craniana, proveniente de defeito de fechamento do tubo neural durante a formação embrionária. Como não tem cérebro, já seria um natimorto cerebral.
Está aí, então, o gancho que me livra da gafe. Cuspir no prato que comi e na ausência de massa encefálica de meus colegas jornalistas (tão desprestigiados nos últimos tempos) para manter a ordem e a dignidade em casa.
Querido.
ResponderExcluirSenti-me profundamente honrada com sua atenção aos meus singelos comentários.
Mas saiba que a ordem na casa é mantida independentemente de qualquer coisa!
akaka... o primeiro texto foi então natimorto, ou apenas natimorto no aspecto gramatical ?
ResponderExcluirboa!