quarta-feira, 1 de julho de 2009

O que deveria ser uma errata



Quando, de início, corrigido pela minha própria mulher acerca de um erro gramatical no meu texto de estreia nesse blog, vi minha honra de macho dominante e minha reputação de jornalista serem colocados à prova. Natimorto era a palavra em questão. O contexto: quando me referia ao portal ‘O Binóculo’, no ar durante seis anos e, desde o fim do ano passado, presente apenas em uma página de conteúdo congelado, desatualizado, retrato de uma paisagem morta.

O argumento dela: “natimorto diz respeito àquele que já nasceu morto, o que, no caso, em nada tem a ver com o 'O Binóculo', que só se desgarrou do primeiro plano após longo tempo de vida”.

Deveras. Natimorto é uma denominação dada ao nascituro (sinônimo de feto) que morreu dentro do útero ou durante o parto, ou seja, quando ocorre óbito fetal. Óbito fetal é a morte de um produto da concepção ocorrida antes da expulsão ou de sua extração completa do corpo materno, independentemente da duração da gestação.

Todavia, lembro que, segundo o Conselho Federal de Medicina, órgão máximo da medicina brasileira, o anencéfalo é considerado natimorto cerebral. A anencefalia consiste em malformação rara do tubo neural, caracterizada pela ausência parcial do encéfalo e da calota craniana, proveniente de defeito de fechamento do tubo neural durante a formação embrionária. Como não tem cérebro, já seria um natimorto cerebral.

Está aí, então, o gancho que me livra da gafe. Cuspir no prato que comi e na ausência de massa encefálica de meus colegas jornalistas (tão desprestigiados nos últimos tempos) para manter a ordem e a dignidade em casa.

2 comentários:

  1. Querido.
    Senti-me profundamente honrada com sua atenção aos meus singelos comentários.
    Mas saiba que a ordem na casa é mantida independentemente de qualquer coisa!

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  2. akaka... o primeiro texto foi então natimorto, ou apenas natimorto no aspecto gramatical ?
    boa!

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