É engraçado. Quando as coisas dão errado, quando estou nervoso e com a cabeça borbulhando insultos cerebrais é que paro e respiro. Paro para pensar e respiro para não fenecer. A mania de analisar de dez em dez minutos as escolhas que faço parece que vai me acompanhar até a morte. Escolhas nós fazemos sem parar; e elas são boas, pois nos dão um caminho a seguir. O problema é que, mesmo aparentemente retilíneo, certos caminhos emanam insegurança. Ainda mais para mim, desconfiado que só vendo, tão azarado que nem a sorte resolve.
É impressionante como o fato de sempre ter que escolher entre uma coisa e outra me assombra. Não é possível que não haja paz. Será possível que não exista apenas uma única opção? Chego a pensar que o melhor seria assim. Talvez seja mais fácil não ter que escolher, pois já estou que não aguento mais essa onda liquefeita de instabilidade. Ainda mais que tudo o que eu escolho se mostra errado algum tempo depois. Então, que não tenha o que escolher. Ao menos me livro do risco de ter que escolher entre duas coisas que eu não gosto. Contudo, parece ser essa a sina dos desafortunados.
Me aporrinha a idéia de ficar parado e não andar, ou de andar e não sair do lugar. Me atormenta o fato de apenas almejar e não conseguir. Me incomoda a veracidade de sempre ir e não chegar. Me enche o saco estar sempre quase bom. Me entristece o fato de que o que eu tenho nunca me satisfaz. Talvez eu não seja suficientemente bom. Vai ver eu não mereça tanto.
Queria mesmo era fazer como o Luiz, nobre autor deste inescrupuloso espaço: sair de férias, colocar o mochilão nas costas e sair por aí andando, sem ter que escolher entre isso ou aquilo. Apenas existir, enquanto a morte não nos escolhe ou não se escolhe por morrer.
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