Olhou e pensou ter visto uma maçã de outono. Mais uma vez e percebeu que era um pássaro, solto, se esvaindo pela amplidão. Olhar de menina perdida, na véspera do chegar. Chão de pedras, mato verde, bambuzal dançando adeus. Pensou ter visto um carro de boi, fumaça-lenha, colcha de retalhos, a mãe. Ou um imenso estender-se de retas paralelas. Olhou com esmero um esqueleto de conchas coladas. Um enorme amontoado de sorrisos limpos, reluzentes, desses que aumentam o dia. De longe, parecia uma árvore carregada de pontos coloridos. Depois, viu almofadas bordadas com fios de ouro, desenho de um imenso dormitório estampado. Sonhou ter visto um pedaço de madeira podre, desgastada pela chuva. Olhou de novo e viu cabeças enfeitadas com pequenos poemas. Enfim, eram fotografias.
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