No último fim de semana fui a São Paulo com um único intuito: assistir ao show do Metallica, a realização de um sonho que existiu durante certo tempo da minha adolescência e ressuscitou agora no início de mais uma década. Apesar de a banda ter acabado – na minha opinião – no início dos anos 90, depois de seu quinto trabalho, achei que valeria a pena fazer valer a efetivação desse sonho. E de fato valeu, foi um bom show.
Confesso não mais ouvir tanto o clássico thrash que o Metallica fez (e voltou a tentar fazer) e outras coisas do estilo. Quando se trata de som metal, tenho escutado algumas bandas mais contemporâneas, que mesclam esse estilo com outros, como o jazz e o prog, por exemplo. Todavia, sempre que ouço me agrada. Afinal, é música de boa qualidade e que levou a banda a ser uma das dez maiores do planeta, apesar das porcarias pop que estragaram a segunda metade de sua carreira.
Fui em esquema bate-e-volta, numa excurssão com uma galera de BH e Divinópolis. Um pessoal fã, bem mais fã do que eu. Foi bacana sentir o entusiasmo da galera em ver seus grandes e velhos ídolos, foi até contagiante. Mas desembarquei em São Paulo assobiando e cantarolando músicas do Brian Eno, The Kinks e Little Feat; uma atmosfera bem diferente. Almocei, encontrei amigos, bebemos cerveja e fomos para o Morumbi. Tudo com muita diversão!
Eu queria muito assistir ao show. Essa turnê é composta por músicas da fase áurea, que engloba os discos Kill 'Em All (1983), Ride the Lightning (1984), Master of Puppets (1986) e o ...And Justice for All (1988), além de músicas do frustrante e mais recente trabalho: Death Magnetic (2009). E assim o foi. Teve ainda a abertura da mineira Sepultura, um mero coadjuvante naquela noite e que em nada interferiu. Com um set list fraquíssimo, não fedeu e nem cheirou.
Os pontos altos do show foram as execuções de Master of Puppets (melhor música da banda presente no melhor disco da mesma, na opinião deste que vos escreve), Blackened (uma canção perfeita) e Stone Cold Crazy, do Queen, que compõe o bom disco de covers intitulado Garage Inc., e toda a pirotecnia do espetáculo. Ponto negativo? Sim, teve também. A execução da chata Nothing Else Matters e a não-execução de Welcome Home (Sanitarium), uma que não podia faltar e faltou. Poderiam, perfeitamente, ter trocado uma pela outra.
Em suma, valeu muito a pena. Eles estão, sim, fora de forma. O Lars está tocando pior do que sempre tocou, o vocal do James já não tem mais vodka (se é que me entendem), o Kirk (excelente guitarrista) usa mais pancake (ou duocake, ou pó compacto, ou sei lá...) que a Hebe e o Trujillo, mais novo membro da banda, não é um Jason Newsted, apesar de compor bem o grupo. Mesmo assim, fizeram uma apresentação com pegada e entusiasmadamente memorável.
Na volta para casa, continuei assobiando e cantarolando. Dessa vez, músicas novas do Otto, músicas velhas do Neil Young e melodias progressivas de Van Der Graff Generator.
Em que show você foi??? Não foi o mesmo que eu fui, não é possível...
ResponderExcluirComo? Não entendi. Só fiz elogios ao show, oras. Gostei muito, mas não passa nem raspando perto dos melhores show que já fui. E não espere de mim palavras de elogios para o disco novo que é, inevitavelmente, horroroso.
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