Porém, há um porém. Em determinado momento do filme, ouso dizer que para o espectador a interessante história acaba sendo relegada a segundo plano. Von Trier apresenta a tragédia com requintes de crueldade e alguma apelação, que pontualmente nos fazem lembrar ao aflitivo Jogos Mortais. Gratuitamente explícito e chocante com suas cenas de mutilação.
No festival de Cannes, onde estreou, um escandalizado jornalista do inglês ‘Daily Mail’ o indagou: “O senhor pode, por favor, explicar e justificar por que fez esse filme?”. Von Trier respondeu: “Não tenho que me justificar. Faço filmes... É uma pergunta muito estranha. Trabalho para mim mesmo, não devo satisfação a ninguém. Não tive escolha [ao fazer o filme]. Foi a mão de Deus, eu temo, e eu sou o maior diretor de cinema do mundo”.
De fato, pergunta tola. A justificativa sobre os porquês do filme de nada adiantariam e em nada o amenizariam. A obra está lá, decidam por fruir ou não. A minha opinião? Preparem-se psicologicamente e desfrutem-no.
Assistam ao trailer aqui.